Foto: Sherdog
Antonio Rodrigo Nogueira, conhecido mundialmente como “Minotauro” é o maior peso pesado brasileiro na história das artes marciais misturadas, onde conquistou trinta e duas vitórias, seis derrotas e um empate.
Conhecido por sua resistência a golpes e capacidade de finalizar lutas através do jiu-jitsu perfeitamente adaptado ao MMA, Minotauro retorna ao octógono no UFC 134, no Rio de Janeiro, contra o promissor Brendan Schaub, atleta considerado duro, porém com pouca agilidade, segundo opinião de Rodrigo.
Em entrevista exclusiva ao blog Mano a Mano, o baiano de trinta e cinco anos falou sobre o crescimento do esporte que ajudou a popularizar em todo o mundo, comentou o combate de seu aluno Junior Cigano contra Cain Velasquez - válido pelo cinturão da categoria dos pesados - e desmentiu o presidente do UFC, Dana White, que recentemente declarou ter conversado com o brasileiro sobre aposentadoria.
Confira o papo na íntegra:
Mano a Mano - Você tem treinado com grandes nomes do jiu-jitsu. Isso significa uma volta às suas origens?
Rodrigo Minotauro: Estou retomando os treinos e com certeza vou procurar a minha base, a minha identidade. Estou treinando com feras como o DeLaRiva e o Amauri Bitteti que são pessoas que estão sempre ao meu lado para me ajudar e o jiu-jitsu é a minha base e o que faço melhor.
O Junior dos Santos me disse que o Brendan Schaub bate forte mas não possui muitas variações de golpes com as mãos. Você concorda com o Cigano?
Bate forte, além de ser imprevisível e muito habilidoso também, tem uma pegada dura mas não é tão ágil.
Em papo que tive com o Amaury Bitetti, ele me falou que a estratégia será levar a luta para o chão. Como tem sido os treinamentos de quedas? Derrubar o Schaub é prioridade na sua preparação?
Não, a luta não vai ficar naquela gana de levar para o chão, não vou ficar insistindo nisso. Com certeza, estou treinando wrestling além de várias táticas.
Os adversários evitam ir para o chão contigo a todo custo e você acaba sendo criticado por ter que trocar como se fosse uma opção sua. Como você lida com esse tipo de crítica?
Toda crítica se for construtiva é válida e sem dúvidas, se todo adversário aceitasse a luta no chão minha vida seria bem mais fácil. E não existe estratégia perfeita, mas estratégia é estratégia, se for bem executava vai dar sempre bons resultados.
Você está completamente recuperado das lesões? Se tivesse que lutar hoje, em quais condições estaria?
Estarei bem para a luta e estou treinando para estar 100%. Hoje estou sem dores e pronto para o combate.
O Dana White disse durante coletiva de imprensa que teve uma conversa contigo sobre aposentadoria. Se ele insistir nesse assunto, você prefere deixar o UFC do que ser forçado a parar de lutar?
Nunca tive essa conversa com ele.
Em entrevista ao blog Mano a Mano, o Junior Cigano declarou que abriria mão do cinturão para não enfrentá-lo e não poupou elogios a você como amigo e profissional. Como é a relação entre vocês e como você recebe esse carinho e admiração do seu aluno?
Acho que ele pode ganhar e vai ganhar [do Cain Velasquez] e estarei sempre por perto para contribuir com isso. É uma satisfação muito grande tê-lo como amigo e parceiro de treino, quero estar sempre ajudando e ele [Cigano] está mais forte do que nunca.
O chão do Junior já está bom a ponto de finalizar os adversários?
Com certeza. Na sexta-feira treinei chão com ele e estou surpreso com sua evolução diária, é um atleta que aplica técnicas eficientes e não ficaria surpreso se ele finalizasse o Velasquez.
Você já enfrentou o Cain Velasquez. O que pode constatar naquela luta em relação ao jogo dele? O que o Cigano deve fazer para conquistar o cinturão peso pesado do UFC?
Ele tem que cuidar bem do chute e movimentação, manter a luta em pé, segura. O que é mais perigoso é o chute porque até contundi meu joelho com a defesa de chutes. Manter a luta em pé, fazer uma boa luta se for para o chão e derrubar para poder finalizar.
Como veterano no esporte, como você avalia a evolução do MMA no Brasil e em todo o mundo? O que representa o retorno do Ultimate ao Brasil e o que pode ser melhorado após a realização do UFC Rio?
O MMA cresceu muito porque é um esporte emocionante pela variedade de golpes, nocautes, joelhadas e pela movimentação, e quando aliado à técnica se torna ainda mais emocionante. O marketing no UFC ajudou muito e acho que o esporte cresceu no Brasil porque várias empresas estão de olho no Brasil e cresceram junto com o esporte que, por sua vez, está fazendo crescer o mercado de fight wear, que faz movimentar o esporte, e um atleta patrocinado tem todo um diferencial, tem mais respaldo, torna o esporte mais profissional. No UFC Rio os ingressos foram vendidos em uma hora, na mesma arena em que o Eric Clapton levou dois dias para esgotar os ingressos.
Para finalizar, o que os leitores do blog e todos os seus fãs podem esperar de você no UFC Rio?
Vou fazer o meu melhor e estou voltando de várias lesões, estou treinando com gana, com vontade de vencer, tenho me dedicado. O Brasil vai fazer parte da história do maior evento de luta do mundo e para mim é uma honra fazer parte de tudo isso.
*Agradecimento especial: Viviane Freitas, Assessora do Team Nogueira
Para maiores informações sobre o UFC 134 “Rio”, siga o blog Mano a Mano no twitter@EduardoCruzMMA